domingo, 29 de maio de 2011

Troca-troca na Rua da Cultura

Na quinta-feira (26/05), eu, Antonia Pereira, Coordenadora do projeto Trilogia Memórias, e Gil Teixeira - membro cofundador da Cia Estupor de Teatro - visitamos a sede do projeto Rua da Cultura e fomos recebidos por seu mentor e fundador Lindemberg Monteiro. Para uma plateia jovem, atenta e curiosa, composta de estudantes de circo e teatro, falamos da Cia. Estupor e do processo de criação dos espetáculos que apresentaríamos na capital Aracajú, no Centro de Criatividade (as montagens A Morte nos Olhos e A Memória Ferida) e no Hospital São Lucas (Na Outra Margem). A garotada ficou muito impressionada com o duplo status da companhia que congrega pesquisa acadêmica e produção de espetáculos para o mercado cultural; agrega profissionais de renome e amadores do teatro baiano; reúne alunos e professores de graduação e da pós-graduação em artes cênicas, numa empreitada que visa diminuir as dicotomias entre teoria e prática, o saber e o fazer artístico. Mas o alvo-rei das indagações e questionamentos foi mesmo o nosso tão explorado processo colaborativo, nosso pensamento cooperativista. Diante das inúmeras e sinceras questões, Gil Teixeira e eu transmitimos um pouco da nossa experiência e da nossa atual conduta artístico-profissional pautada no cooperativismo e colaboracionismo.

Antonia Pereira
Dramaturga, atriz e coordenadora do projeto Trilogia Memórias

terça-feira, 24 de maio de 2011

Carta à Cia. Estupor de Teatro


Foi uma sensação maravilhosa. Estranha. Antes, sem tocar nos méritos do espetáculo, amigos. Queridos. Saudades. Bom vê-los. Em cena. Encena? Tocá-los, abraçá-los, beijá-los, ouvi-los repetir os mesmos textos. Pretextos e subtextos. Vê-los em novos cortes de cabelo, cenários, medidas, figurinos. Vê-los de óculos, de franja, esbranquiçados, bonitos. Cansados, preocupados, tensos, bem ou mal humorados. Tê-los. Comigo, conosco. Em nossa nova casa. Nós, de casa nova. Eu a tentava reconhecer e ela me acolhia, mais uma vez. E eu a recebia, sempre.
Apeguei-me ao desapego. E vi, como um espectador comum que eu não era, o fruto, o produto, o trabalho que ajudei a construir. Aplausos. Aplausos? O espetáculo começou. Lindo. Panelas, paredes tecidas. Não cabe? Coube porque se soube trazer, fazer. Aplausos. Acabou. O primeiro. Diferente. Quase indiferente. Bem deferente.
Sorrisos de um sentimento de pretensa impertença. Se já não narro mais pelas significações, a memória me faz sentir, lembrar. Nos olhos, a morte para quem acredita, e viu, ser o passo para uma nova vida. Eu vi a hora de uma outra mãe te dar a luz. A memória ferida. A sua história. A minha história. E lá, na outra margem, eles acenavam para mim dizendo: obrigada... você também está aqui... então, o que achou?...
Achei a história narrada. Alteridade. Resgate, pela memória do esquecimento impossível quando se lembra através dos sentidos, do sentir.
Sim, são pessoas de teatro, do teatro. De apertar parafusos, esquecer textos, emocionar, perscrutar bilheteria, distanciar, fazer planos, projetos. Felizes, ainda, Aracaju, Recife, Porto Alegre, Curitiba. Receberão, com certeza, a nata da alma de quem ama, o profissional amador. Salvador. Estupor.

Carol Vieira
Fortaleza, 20 de maio de 2011

terça-feira, 10 de maio de 2011

Memórias, pelos atores



Memórias resignifica a vida numa poética que nos evoca um profundo encantamento... É uma realização estar aqui contando, vivendo, construindo esta história.

Sibelle Lélis
Atriz


A participação neste projeto é sem dúvida um grande aprendizado para mim. Posso afirmar o quanto é significativo poder, através da arte, pensar sobre a vida, rever certos posicionamentos, construir através de outras a minha própria história e dividir com pessoas tão diferentes todas essas vivências. É um grito que faz barulho e faz lembrar que somos capazes de lutar para construirmos nossas histórias.











Taiana Lemos
Atriz


Um projeto grandioso, desafiador, que foi encarado com a simplicidade do trabalho, da labuta, do exercício. A isso atribuo seu sucesso e por isso me sinto orgulhosa por fazer parte dessa equipe.
















Iara Villaça
Atriz


“Eu estou muito feliz de ter te encontrado aqui, nessa circunstância, onde agente pôde se falar”
















Bernardo D'el Rey
Ator











Karina de Faria
Atriz


“Trabalhar como atriz num processo de criação que prevê a montagem de um espetáculo exige sempre uma grande doação. De energia física, intelectual, emotiva e por vezes astral. No caso de uma trilogia, essa doação é ainda mais delicada e intensa, porque, sabe-se, há uma incompletude necessária a cada história e ao mesmo tempo uma busca pelo sentido de cada uma delas.
Mas “elas” são uma só, ou três dimensões de um caminho que já é, em si, tridimensional... como a vida de todos nós. A Memória Ferida, primeiro espetáculo em processo de montagem, traz para mim o desafio de uma atuação em “dois tempos”. Um, o agora, reflete uma calmaria que o Outro, o ontem, insiste em ameaçar. Trata-se de uma tensão ora aparente, ora transparente, mas sempre pulsante! Como pulsante é o texto de Dinah Pereira e o processo de criação, recheado de heterogeneidades humanas, entre elenco, diretor, equipe técnica e de produção... Eis que me sinto uma operária dos sentidos... uma poetisa do labor...


"Tem mais verdades. Outras verdades. Muitas verdades."










Gil Texeira
Ator

sábado, 7 de maio de 2011

Trilogia Memórias inicia turnê em Fortaleza!

Os três espetáculos da Trilogia ocupam o Teatro SESC Iracema e o Hospital Universitário Walter Cantidio, de 14 a 16 de maio

Capital cearense é a primeira cidade a receber as peças dramática que unem ficção e realidade, entrelaçadas à tragédia social de uma América Latina dominada por ditaduras militares. Cada uma conta, independentemente, recortes de uma história de mãe e filha, que os laços de vida deveriam unir, mas que o destino separou. Os três espetáculos - um deles encenado num hospital - reconstituem a História a partir de diversos pontos de vista, de trajetórias pessoais e de diferentes personagens. A Memória Ferida (que conquistou o Prêmio Braskem de Teatro de 2009 como melhor texto), A Morte nos Olhos e Na Outra Margem, com textos assinados por Dinah Pereira, são três novas montagens que resultam de uma pesquisa dramatúrgica e cênica ancorada nas diversas possibilidades da narrativa como instrumento de reconstrução do passado e ressignificação do presente.Trilogia Memórias - Um grito contra o silêncio e o esquecimento: uma forma de compreender o outro e de atribuir sentido à experiência vivida. Três tentativas de explicar o que só o destino explica.


A Memória Ferida

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Local: Teatro SESC Iracema

Data: 14/05

Horário: 20h

Ingresso: R$ 10,00 (inteira) e 5,00 (meia)


A Morte no Olhos

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Local: Teatro SESC Iracema

Data: 15/05

Horário: às 20h

Ingresso: R$ 10,00 (inteira) e 5,00 (meia)


Na Outra Margem

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Local: Hospital Universitário Walter Cantidio

Data: 16/05

Horário: 19h

Ingresso: entrada franca


Facebook
: Trilogia Memórias

Texto
: Joceval Santana (Assessor de Comunicação) - joceval.santana@gmail.com

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Ensaio Geral de A Morte Nos Olhos



Já temos as primeiras fotos do ensaio geral de A Morte Nos Olhos, realizado no ICBA!
Nossa fotografa, Alessandra Nohvais arrasou nos making off!
Confiram:


















quarta-feira, 4 de maio de 2011

Vídeo-poema

Os três espetáculos da Trilogia Memórias resultam de uma pesquisa dramatúrgica e cênica ancorada nas diversas possibilidades e utilidades da narrativa como instrumento e meio privilegiado de reconstrução do passado e ressignificação do presente; como meio privilegiado de encontrar e compreender o outro, de atribuir sentido à experiência vivida.
Dinah Pereira







Invenção e memória






O que acontece com um indivíduo se lhe retiram a memória do passado? Por outro lado, o que acontece com um indivíduo cuja existência se estrutura em torno de lembranças nebulosas, narrativas incompletas de um passado recente?

Os três espetáculos da Trilogia Memórias resultam de uma pesquisa dramatúrgica e cênica ancorada nas diversas possibilidades e utilidades da narrativa como instrumento e meio privilegiado de reconstrução do passado e ressignificação do presente; como meio privilegiado de encontrar e compreender o outro, de atribuir sentido à experiência vivida.

A Morte nos Olhos, A Memória Ferida e Na Outra Margem: três intrigas, uma só protagonista: Ana Kharima Gonzalez Diaz e sua história de vida. Como pano de fundo a ditadura na América Latina dos anos de 1960.

Nestas tramas, a tríade dramaturgia/história/mitologia é acessada para abrir as portas do drama aos eventos relacionados ou ocasionados pela memória e pela alteridade. Eventos estes reconstituídos e fixados sob a forma de narrativa dramática, por vezes romanesca. Neste contexto, pois, emerge um contundente e acirrado debate em torno do confronto com o outro e do problema da identidade, ou de algumas causas da fragilidade da identidade: quem sou eu?

As questões acerca da memória versus História e seus critérios de transversalidade; da incapacidade de definir uma memória individual face aos significativos movimentos históricos, inscritos nas memórias coletivas do presente e do passado, estão na pauta deste debate. Esta perspectiva faz de Ana Kharima uma espécie de porta-voz daqueles filhos da ditadura a quem a História foi em parte omitida ou, muitas vezes, sequer contada?

Paul Ricoeur disse que “a memória e a imaginação têm em comum o vetor da ausência: a ausência no presente”. É pela ausência e na ausência que Ana Kharima, como muitos hijos latino-americanos, grita contra o silêncio e o esquecimento; constrói uma memória – em conseqüência uma identidade – não pela via da memorização, nem da rememoração pura e simples, mas numa perspectiva de invenção criativa: como se quisesse dizer: a chave de entrada para a compreensão do real é a ficção!



Dinah Pereira






segunda-feira, 2 de maio de 2011



Primeira parada!





Reta final para o início da turnê nacional, começando por Fortaleza! Nossas peças gráficas já estão prontas e circulando pela capital cerense! Esta semana é de preparativos e afinação em Salvador, arrumar as malas e partir para a primeira temporada! Vamos nós!