O PROJETO

Memórias....


Chesf (Companhia Hidroelétrica do São Francisco) apresenta o projeto Memórias.... Vencedor do Programa Eletrobrás de Cultura / 2010.

Uma trilogia dramática que une ficção e realidade entrelaçadas à tragédia social de uma América Latina dominada por ditaduras militares.

Um espetáculo que faz o espectador testemunhar o impacto devastador da ditadura no Brasil e mais precisamente na vida de duas mulheres. O drama de mãe e filha, que os laços de vida deveriam unir, mas que o destino cego e desprovido de sentido, separou.

As três peças contam e recontam, inventam e imaginam, a partir de diversos pontos de vista, de diferentes personagens que surgem esboçados, onde o percurso de vida deles teceu a própria desgraça e a das pessoas que os cercam. Personagens presas, sem que o quisessem, a este destino.

Um drama recontado por Dinah Pereira, em momentos diferentes de vida de sua personagem real, que foram chamados de A Morte Nos Olhos, A Memória Ferida e por fim, Na Outra Margem...Três textos, três espetáculos, três tentativas de explicar o inexplicável.


“Esta trilogia dramática
se inicia povoada
por tiradas hilárias
para, pouco a pouco,
se adensar e nos conduzir
ao universo do trágico.”

Marta Isaacsson
Departamento de Artes Dramáticas da UFRGS



-------------------

O projeto Memórias tem como finalidade a encenação da trilogia dramática, A Morte Nos Olhos, A Memória Ferida e Na Outra Margem, sob a forma de apresentações teatrais em espaços culturais de CINCO capitais brasileiras (Fortaleza-CE, Recife-PE, Aracaju-SE, Porto Alegre-RS e Curitiba-PR) . Contempla, ainda, como contrapartida social, apresentação a baixo custo visando à formação de platéia, debates, além de oficinas gratuitas dirigidas aos profissionais locais.

A montagem de uma trilogia dramática cujos espetáculos abordarão, sucessivamente, temas acerca da Suspensão da Consciência (integração psicológica); da Memória e identidade (integração sociológica) e da Historia e identidade (integração antropológica), aponta a narrativa como uma prática social comum com uma dinâmica interna e uma eficácia própria, inerente a capacidade criativa do ser humano. A narrativa tem uma relação não com a realidade em si, mas com uma consciência que compreende esta realidade, isto é, ela reduz a realidade ao produzir significações. Além disso, essa dinâmica própria da narrativa produz muitos efeitos de ordem simbólica. Contar uma história, na prática comum e cotidiana de cada um é sempre integrar, estabelecer conexões, estabelecer elos no curso de uma vida entre o presente e o passado; nas relações sociais ou religiosas, entre si e os outros, humanos ou divinos. O ato de narrar (contar histórias passadas) traz ao palco personagens de seus passados recentes e mais distantes, misturando tempos, personagens e duplos, histórias e ação presentes num impulso de palavras, que assim como em nossas vidas, tentam expulsar a dor para curar o incurável.

Este projeto é a culminância de um trabalho iniciado em 2007 que traz em seu cerne o desejo maior de repartir todo conhecimento produzido no meio acadêmico, com a comunidade, com artistas, estudantes e amantes da arte teatral. Acreditamos que Memória, Alteridade e Narrativa é um projeto de qualidade, com sustentabilidade e que tem o poder de transformação a medida que promove a expansão e democratização da cultura, valores imprescindíveis ao desenvolvimento de toda sociedade.