sábado, 19 de fevereiro de 2011

Carta de Karina de Faria


Trabalhar como atriz num processo de criação que prevê a montagem de um espetáculo, exige sempre uma grande doação. De energia física, intelectual, emotiva e por vezes astral. No caso de uma trilogia, essa doação é ainda mais delicada e intensa, porque sabe-se que há uma incompletude necessária a cada história e ao mesmo tempo uma busca pelo sentido de cada uma delas. Mas “elas”, são uma só, ou três dimensões de um caminho que já é, em si, tridimensional... como a vida de todos nós.... A “Memória Ferida” primeiro espetáculo em processo de montagem, traz pra mim o desafio de uma atuação em “dois tempos”. Um, o agora, reflete uma calmaria que o Outro, o ontem, insiste em ameaçar. Trata-se de uma tensão ora aparente, ora transparente, mas sempre pulsante! Como pulsante é o texto de Dinah Pereira e o processo de criação, recheado de heterogeneidades humanas, entre elenco, diretor, equipe técnica e de produção... Eis que me sinto uma operária dos sentidos... uma poetisa do labor...

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